APROXIMAÇÃO COM A ACADEMIA E GESTÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO MULTIPLICA O NÚMERO DE PESQUISA E QUALIFICA A GESTÃO

semfotoUnidade: Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Autores: Cecilia Cronemberger de Faria e Ernesto Bastos Viveiros de Castro (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)

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Bioma:  Mata Atlântica

 

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Objetivo
Por sua riqueza em biodiversidade e o baixo conhecimento sobre os comportamento das espécies, as ameaças e outros dados relevantes para a melhor promoção da efetividade da gestão das Unidades de Conservação, a necessidade de geração de conhecimento torna- -se uma ação fundamental para essas áreas protegidas que são comumente procuradas por pesquisadores de diversos setores para estudos e desenvolvimento de trabalhos científicos.
Desenvolvimento

No Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, não é diferente. Como comentou, Cecília Cronemberger de Faria, que é gestora da Unidade: "Isso é muito importante para a Unidade, mas percebemos que muitas vezes os pesquisadores iam ao parque somente 'de passagem', não se envolviam com as questões de interesse da unidade. Ou seja, não havia uma relação de troca, quando acreditamos que eles poderiam contribuir imensamente com nosso trabalho". O desejo de aproximar os pesquisadores da gestão do Parque Nacional, colaborando efetivamente na produção de conhecimento e na tomada de decisão sobre o manejo desta Unidade de Conservação, foi o desafio que estimulou a adoção de uma série de ações de relacionamento com a comunidade científica. O desenvolvimento do trabalho aconteceu desde 2004 e deu tão certo, que transformou o Parque Nacional da Serra dos Órgãos na Unidade de Conservação com maior número de projetos de pesquisa no Brasil, sendo referência em gestão da pesquisa e atraindo diversos estudos aplicáveis ao manejo da Unidade de Conservação. Para a realização do projeto, cinco grandes eixos foram definidos como estratégicos para aproximar a comunidade científica da gestão do parque: Sensibilização dos Pesquisadores; Incentivo a Pesquisas Prioritárias; Integração e Envolvimento na Gestão do Parque; Melhoria na Estrutura de Apoio; e Organização e Disponibilização dos Dados existentes. "A questão também era verificar não apenas o que os pesquisadores poderiam fazer pelo parque, mas o que o parque poderia também efetivamente trazer de melhoria para o trabalho dos pesquisadores", disse Cecília.

A equipe gestora do Parque passou a ter um contato mais direto com os pesquisadores, demonstrando interesse nas informações geradas pelos estudos e reconhecendo-as como importantes para geração de informação sobre a Unidade. O Parque elaborou uma cartilha com informações para facilitar a comunicação com os pesquisadores e organizou as publicações já disponíveis sobre o Parque Nacional Serra dos Orgãos, encaminhando aos novos pesquisadores as publicações existentes relacionadas ao tema de suas investigações. Ainda para melhorar a consulta de informações, foi criado um banco de dados (Sistema para gestão do conhecimento científico/SISCON). Nesse processo, a estrutura física também passou por melhorias: houve ampliação da capacidade dos alojamento de 8 para 38 lugares e a implantação do Centro de Referência em Biodiversidade, com laboratório de pesquisa, biblioteca, herbário e SIG (Sistema de Informação Geográfica). Há ainda um monitoramento de parâmetros climáticos por meio de três estações meteorológicas.

 


Resultados

As medidas adotadas melhoraram não só o relacionamento com os pesquisadores que já realizavam trabalhos no parque, como gerou o interesse de mais pesquisadores em explorarem os 20 mil hectares de área do Parque Nacional Serra dos Orgãos, crescendo o número de projetos de pesquisa autorizados a cada ano. De apenas nove pesquisas em 2004, ano de implementação das atividades, para 106 em 2013. O fortalecimento desse relacionamento é um dos pontos importantes nesse modelo. Ele se dá por meio de atividades como expedições conjuntas e elaboração de projetos a serem desenvolvidos em parceria, realização de um Encontro Anual de Pesquisadores, Oficinas sobre Gestão do Parque e um grupo virtual para discussões e reuniões eventuais, procurando manter um ambiente constante de troca e interação.

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