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Encalhes de cetáceos na costa brasileira
Nos últimos meses (julho e agosto) deste ano (2017) foram registrados um alto número de encalhes de cetáceos na costa brasileira. As causas que motivam estes eventos podem ser muito variadas: topografia complexa e condições oceanográficas atípicas, condições meteorológicas adversas, distúrbios geomagnéticos e erros de navegação, fuga de predadores ou perseguição de presas, poluição ambiental, presença de toxinas naturais no meio, doenças ou outros estados de debilidade física e acidentes decorrentes de atividades antrópicas (ex: emalhes em redes de pesca). A causa do encalhe é, na maioria das vezes, inaparente e a possiblidade de realização de exames diagnósticos é limitada. No caso de animais que encalham mortos, muitas vezes o acesso à carcaça, tamanho, condições logísticas e o estado de decomposição em que se encontram impede a determinação da causa do encalhe e morte. Entretanto, eventos de mortalidade de cetáceos representam oportunidades únicas para incrementar o conhecimento sobre sua história de vida e subsidiar a implantação de medidas de conservação eficientes e adequadas à realidade de cada região (Di Beneditto et al. 2010).
Tendo em vista que encalhes de cetáceos é uma situação de emergência que envolve risco de vida para os animais envolvidos e para as pessoas próximas a eles torna-se necessário algumas orientações. Assim nós do Centro de Mamíferos Aquáticos criamos um organograma indicando quais os procedimentos iniciais e recomendações para serem seguidas em casos de encalhes de cetáceos vivos ou mortos, afim de agir de forma coordenada e orientando quais órgãos, instituições e pessoas capacitadas que devem ser acionadas. O repasse de informações ao público em geral, que se aglomera ao redor de um evento como este, ou mesmo para a imprensa que se faz sempre presente, é necessário que se faça o isolamento do público e de animais domésticos, fazer o contato com entidades responsáveis pela destinação de carcaças, coleta de amostras e posterior análises.
A notificação ágil aos órgãos responsáveis sobre a ocorrência de um evento envolvendo mamíferos marinhos também é de fundamental importância para a sobrevivência dos mesmos, bem como para obtenção de dados necessários para futuras medidas de manejo e conservação destes animais.
Existem diferentes tipos de encalhes de mamíferos aquáticos que são classificados entre vivos ou mortos, quantidade de animais, se é uma espécie ou mais e se tem presença de filhote com mãe, para isso faremos uma breve descrição de diferentes situações:
1) Encalhe de baleia ou golfinho solitário vivo/ morto:
Seguir os procedimentos padrões encontrados no organograma, é importante ressaltar que cada espécie, situação do animal vivo/ carcaça pode variar algum procedimento e/ ou até mesmo exigir mais esforços ou adaptações
2) Encalhe de baleia ou golfinho fêmea com filhote vivo:
O encalhe de mamíferos marinhos envolvendo mãe e filhote ou o encalhe de um filhote órfão requer uma ação imediata e bem planejada da equipe. Quando a mãe encalha com o filhote a situação pode estar relacionada a algum problema envolvendo a mãe e/ ou o filhote de forma que todos o esforço deve ser feito para manter os dois juntos durante o resgate. A soltura imediata deve ser a primeira opção, avaliando se o estado de saúde e o comportamento do par. Caso necessário algum trabalho de reabilitação, fazer a escolha de um local com águas calmas e próximos do local de encalhe, se possível. Já se o encalhe envolva um filhote órfão, deve-se observar se existe a presença de algum grupo ou indivíduo da espécie próximos do encalhe para a tentativa de soltura imediata, caso contrário, o filhote deve ser encaminhado para a reabilitação, pois não conseguirá viver sozinho sem a mãe.
3) Encalhe em massa:
O encalhe em massa é considerado em situações em que dois ou mais indivíduos encalham, com exceção de fêmea com filhote. No encalhe em massa, normalmente os animais encalham vivos e mesmo quando são retornados ao mar, tendem a retornar insistentemente para a praia (Hetzel & Lodi, 1993). Os encalhes em massa geralmente envolvem espécies gregárias que vivem em mar aberto, como cachalotes e baleias-piloto. Fatores que contribuem para encalhes em massa incluem morfologia da costa, a não familiaridade dos animais com ambientes costeiros e doenças ou ferimentos a um membro do grupo. Pode haver uma forte ligação social que desencadeie um encalhe em massa. A morfologia da costa pode ser o fator mais importante por trás de encalhes em massa em áreas caracterizadas por promontórios, cabos, e por enseadas com pouca declividade de praia. Encalhes em massa também podem ocorrer em praias de tombo ou praias rochosas, nestas circunstância, doenças ou ferimentos de um membro do grupo pode ser a causa do encalhe.
*Prevenção de encalhes em massa:
O esforço para evitar qualquer situação que possa resultar ou desencadear um encalhe em massa é válido, algumas sugestões são:
- Se um grupo é observado nadando de um lado para o outro, muito próximo à costa, pode ocorrer um encalhe. Um observador experiente deve se deslocar até o local para identificar a espécie e a partir de um ponto alto na costa verificar com o auxílio de binóculos a presença de outros animais nas proximidades. Caso necessário especialistas/ autoridades ambientais devem se deslocar até o local com roupas de neoprene, bote inflável, rádios, binóculos, câmera/ vídeo. O objetivo desta ação será identificar a espécie caracterizar e quantificar o grupo. Se as condições do mar forem favoráveis organize um grupo de pessoas em linha paralela à zona de arrebentação, fazendo barulho na água com objetos de metal ou embarcações a motor entre os animais e a zona da costa, na tentativa de orientar os animais de volta ao mar.
POR QUE TANTOS ENCALHES?
Apesar do acompanhamento dos cetáceos por entidades de pesquisa no país, não há uma razão definitiva para o aumento de encalhes no litoral do Brasil, mas sim que sejam várias razões. Segundo Milton Marcondes, do Projeto Baleia Jubarte, a razão maiis lógica no caso das baleias jubartes seja o aumento de encalhes estarem seguindo proporcionalmente o aumento da população desta espécie. Mais baleias no mar, maior o número de fatalidades, sejam elas naturais ou não. O médico veterinário formado pela USP (Universidade de São Paulo) aponta que o o maior número de animais no litoral acaba fatalmente, resultando em acidentes com redes de pesca e embarcações.
Mudanças climáticas e Krill
Outro fator que pode explicar a morte de baleias tem sido a escassez da sua principal fonte de alimento, o krill. O termo se refere a um grupo de pequenos crustáceos que normalmente são encontrados em grande quantidade no oceano Antártico, onde servem de alimento para às baleias jubartes. Entretanto desde 2010, pesquisadores relatam uma variação negativa da população de krill, fato que tem sido associado a efeitos de mudanças climáticas recentes. "O animal se alimenta pior, o filhote se alimenta mal, chega debilitado com a migração e, sem força, encalha nas praias do Brasil" Milton Marcondes (Projeto Baleia Jubarte).
ATENÇÃO
Como ajudar?
- Entre em contato com as instituições responsáveis – link
- Não tente devolver o animal para a água;
- Ajude a isolar a área mantendo pessoas e animais domésticos afastados;
- Coloque panos molhados sobre o corpo do animal e providencie sombra para evitar queimaduras solares;
- Mantenha o animal molhado, sem jogar água no orifício respiratório;
- Obtenha fotografias do animal possibilitando a identificação da espécie e documentação no caso;
- Ajude com a sensibilização e a conscientização da população.
PERIGO
Proteja a sua saúde
- Os animais encalhados podem transmitir doenças aos seres humanos;
- Evite respitar o ar expirado pelos animais;
- Não se aproxime da cauda, são animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e causar ferimentos.
Protocolo de encalhes de cetáceos (Organograma)
Uma fêmea reintroduzida de peixe-boi marinho foi resgatada no dia 22 de outubro de 2014 no
Pontal de Sirinhaém, Pernambuco, por equipe do Centro Mamíferos Aquáticos em parceria
com a APA Costa dos Corais e CEPENE. O animal denominado Quitéria foi reintroduzido no dia
08 de setembro após readaptação no cativeiro em ambiente natural do Projeto Peixe-Boi
localizado no município de Porto de Pedras, Alagoas.
Na última semana, a sede do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos
Aquáticos-CMA/ICMBio recebeu a visita de pesquisadores da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia/FMVZ da Universidade de São Paulo/USP.
Após 20 anos de reintroduções de peixes-bois no estado de Alagoas, a população começa a dar sinais de recuperação. Na última sexta-feira (10/10/2014), um filhote neonato foi resgatado pela equipe da Base Avançada do CMA em Porto de Pedras, com o apoio da Sede do CMA em Itamaracá, da ONG Biota e do Hotel Resort Pratagy. Este foi o primeiro peixe-boi neonato resgatado vivo em todo o estado de Alagoas em todo o período de atuação do Projeto.
Entre os dias 4 e 28 de abril foi realizada a terceira e última etapa da expedição de sobrevoo para estimativa populacional de peixes-bois nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Esse trecho de costa é considerado recordista em encalhes de filhotes e de extrema importância para conservação da espécie, considerada criticamente ameaçada de extinção.
O acervo osteológico do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) está sendo utilizado no projeto "Caracterização Osteopatológica em Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Norte", desenvolvido pela pesquisadora Ana Bernadete Lima Fragoso.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos-CMA, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-ICMBio, comemora 20 anos do Programa de Manejo para a Conservação dos Peixes-boi no Brasil com a realização da vigésima translocação de peixes-boi marinhos para o ambiente natural e o Seminário 20 Anos de Astro & Lua.
Nos dias 09 e 10 de abril, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos/CMA, em sua sede na Ilha de Itamaracá, realizou mais uma vez a edição do Circuito Saúde programa incentivado pela Coordenação Geral de Gestão de Pessoas/CGGP do ICMBio.